quinta-feira, 30 de abril de 2009

PRIMAVERA CON UNA ESQUINA ROTA

Foi editado em português um dos meus livros preferidos, PRIMAVERA CON UNA ESQUINA ROTA do Mario Benedetti. O título da versão brasileira ficou PRIMAVERA NUM ESPELHO PARTIDO.

Li a versão em espanhol. Não sei como ficou a tradução, a julgar pela tradução do título não parece que foi muito feliz. Principalmente que o livro tem várias nuances de linguagem.
Cada capítulo é escrito por um personagem diferente, alternadamente: Santiago, o personagem “principal” que está preso pela ditadura uruguaia. Graciela, mulher de Santiago, vivendo no exílio na Espanha. Beatriz, a filha de seis anos, que escreve como alguém de seis anos, criando os capítulos mais divertidos do livro. Além destes, “escrevem” o pai de Santiago, um amigo que também está no exílio e o próprio autor, Mário Benedetti, contando alguns casos pessoais relacionados com o tema do exílio.
Essa fórmula, cada capítulo escrito por “uma pessoa” diferente, é muito interessante e faz com que cada capítulo possa ser lido isoladamente.

Bom, o livro é muito bom, e fica aí a dica de uma boa leitura. Ler no original com certeza é melhor, mas o lançamento da versão brasileira dá acesso e visibilidade maior a esta grande obra.

OBS: Li uns capítulos do livro traduzido em uma livraria. A tradução é boa, vale a pena ler para conhecer a história que é muito interessante. Estou com um "trauma" de traduções mal feitas, que vou comentar em breve...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Força-Tarefa, os velhos Titãs e a velha Polícia.

Quinta passada estreou na Globo o seriado “Força-Tarefa”.

Legal, bem produzido, interessante, mas com algumas falhas aqui e ali. Como, por exemplo, o fato do dinheiro “velho” sair de uma empresa de transporte de valores e ir de helicóptero para algum lugar ser incinerado. Hoje em dia o dinheiro “velho” não é mais incinerado, é fragmentado nas unidades do Banco Central. De qualquer forma o programa vale ser assistido por quem gosta de ação.

Uma coisa muito curiosa é a música da abertura. A velha “Polícia” dos velhos Titãs. Lá ela está em uma versão nova, tocada por outros artistas, apenas com o refrão “polícia para quem precisa de polícia”. O detalhe é que neste caso foi subvertida a idéia original da música. Apesar de nenhuma palavra diferente, no seriado a música passa a ser uma exaltação da polícia e a “polícia para quem precisa de polícia” é a própria força-tarefa que dá nome ao seriado e que investiga os crimes cometidos por policiais.

Muito diferente da idéia inicial da música, nos idos de 1986, que criticava a polícia e sua truculência. Naquela época, “polícia para quem precisa de polícia” era um grito de liberdade. Afinal, no contexto da época e da música, a polícia estava lá para reprimir o jovem que queria diversão. Os Titãs bradavam “polícia para quem precisa de polícia”, ou seja, vamos repreender quem não quer que a gente viva nossa própria vida.

Mas o tempo passa, as coisas mudam. A criminalidade e a violência hoje são bem maiores. Os tempos são outros, os jovens são outros, as drogas são outras, os Titãs são outros e a própria polícia hoje talvez seja - e por que não? - outra.

Abaixo está a letra da velha Polícia com a rebeldia que não existe mais. Inclusive, essa música tem uma bela versão do Sepultura também, com alguns palavrões a mais na letra.

Polícia

Composição: Tony Bellotto

Dizem que ela existe
Prá ajudar!
Dizem que ela existe
Prá proteger!
Eu sei que ela pode
Te parar!
Eu sei que ela pode
Te prender!

Polícia
Para quem precisa.
Polícia
Para quem precisa
De polícia!

Dizem prá você
Obedecer!
Dizem prá você
Responder!
Dizem prá você
Cooperar!
Dizem prá você
Respeitar!

Polícia
Para quem precisa.
Polícia
Para quem precisa
De polícia!