segunda-feira, 29 de junho de 2009

Heroin Diaries e a droga da tradução

Terminei de ler o “Heroína e Rock’n’Roll”, tradução do “Heroin Diaries” de Nikki Sixx com colaboração do jornalista musical Ian Gittins.
Nikki Sixx é o baixista e principal compositor do Mötley Crüe e o livro é composto pelos diários de Nikki do Natal de 1986 até o Natal de 1987, um ano regrado a sexo, drogas e rock’n’roll. Este período compreende o final da gravação do disco Girls,Girls,Girls e sua turnê promocional pelos EUA, Canadá e Japão. Além do visceral diário escrito há mais de 20 anos o livro traz depoimentos atuais de vários dos envolvidos na história, como os outros componentes da banda, produtores, empresários e músicos. Lendo o livro, além de conhecer o processo de afundamento de Nikki nas drogas (quantidades absurdas de heroína, cocaína e Jack Daniel's) e todas suas angústias descobrimos vários casos curiosos do louco dia-a-dia dos músicos nas turnês e detalhes da criação das músicas do Crüe.

Em resumo, é um livro obrigatório para fãs do Motlëy Crüe e muito bom para fãs de Rock em geral e para quem se interessa por relatos de adição em drogas e afins. Tem um trabalho gráfico muito bom e histórias densas e carregadas de dor, angústia e verdade.

Mas o grande problema da edição brasileira, mesmo com uma boa edição gráfica, é a péssima tradução e a falta de revisão.
O livro tem erros gritantes de revisão, como errar os nomes dos discos do Crüe, “Shout At The Devil” (trocado para “Shout and the Devil”), chamar “Lemmy, do Motörhead” de “Limmy”, tocar o sexo de um personagem de um parágrafo para o outro.
Será que ninguém lê os originais antes de imprimir?

A tradução no geral é tão ruim, que em vários trechos é preciso ler uma frase, traduzir mentalmente para o inglês para tentar buscar as palavras originais para então traduzir para o português e entender o sentido original da frase.

Mas o pior está na parte final, NOTAS, onde é apresentada a “tradução livre” dos trechos das canções e poesias reproduzidas no livro (que felizmente no corpo do livro estão no original em inglês). Aí eles se superam em tradução mal feita. E, veja só, não sou nenhum expert em inglês, mas vou citar alguns exemplos do que está no livro. Algumas traduções são tão absurdas que dá vontade de chorar:

Primeiro o trecho em inglês,
depois a tradução apresentada no livro,
depois a minha "tradução livre" que eu acho que poderia ser mais adequada:

p20
I'm a world's forgotten boy / The one who searches and destroys
Sou um garoto esquecido do mundo / Mundo que procura e destrói.
Sou um garoto esquecido pelo mundo / (Garoto) Que procura e destrói.

p70
Hollywood dream teens
Hollywood, sonho de adolescentes
Adolescentes dos sonhos de Hollywood (ou seja, algo como "adolescentes perfeitas que moram em Hollywood")

Yesterday's trash queens
O lixo dos reis antigos
Rainhas do lixo de ontem (ou seja, algo como "garotas junkies" de ontem)

Papa won't be home tonight. Found dead with his best friend's wife
O papa não irá para casa esta noite. Encontrou a morte com a melhor amiga de sua esposa.
Papai não estará em casa esta noite. Foi encontrado morto com a mulher do seu melhor amigo.

p79
dancing on a land mine
dançando na minha terra
dançando em uma mina terrestre (dançando num campo minado)

p118
But we finally made the news
Mas nós finalmente nos renovamos
Mas nós finalmente fomos notícia (no jornal)

p168
My fuel injected dreams
Minha droga injeta sonhos
Meus sonhos injetados com combustível

p285
Shoot my gun right between the sheets
Preparar minha arma bem no meio da merda
Dou um tiro (com minha arma) bem no meio dos lençóis

p345
Another freeway shooting
Outra passagem para a morte
Outro tiroteio na estrada.

Conclusão: Nikki Sixx usou muitas drogas, mas droga mesmo é a tradução da edição brasileira do Heroin Diaries.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O verdadeiro Forum da Liberdade

Está acontecendo em Porto Alegre, de 24 até 27 de junho, o 10º Fórum Internacional de Software Livre. Pelas idéias que defende, o FISL pode ser considerado o verdadeiro Fórum da Liberdade, diferente do outro forum que ocorre também em Porto Alegre e usa esse nome mas não busca tantas liberdades assim.

Mais informações em:
www.fisl.org.br

Wacko!

E morreu o Michael Jackson!
Wacko Jacko era o rei do pop e recebeu o apelido Wacko Jacko por conta de seu comportamento e atitudes freak. "Wacko" tem o significado de doido, exêntrico, tudo a ver com o MJ.

A música que mais gosto do The King of Pop é a Smooth Criminal. Aí vai o link para quem quiser assistir no utubo:

http://www.youtube.com/watch?v=2WjOn5TNjBM

Essa música é muito boa. Tem uma linha de baixo matadora. Os coros também são legais. A bateria e os metais tem algo de datado-anos-80, mas no todo a música é muito legal.

O MJ, além do inegável talento musical, também foi um dos primeiros negros a romper a barreira e tocar para brancos, misturando na sua música influências das músicas branca e negra.

Tudo bem, Elvis já tinha feito essa mistura nos anos 50, mas o Rock sempre foi uma música mais de branco. E o Elvis era branco tocando para brancos.
A Motown fazia, basicamente, música negra para negros.

Por outro lado, em 82, quando o MJ lançou o Thriler, o sucesso foi tão grande que ele rompeu a barreira racial.
É dificil de acreditar, pois isso já era em 1982(!!!!) e a MTV americana ainda não passava clips de artistas negros. O sucesso de Billie Jean foi tão grande que a MTV, que representava a América racista, foi obrigada a passar o clip, depois os outros clips do Jackson e de outros artistas negros na sequencia. A VH1 já veiculava os clips do Jackson e a MTV teve que se render e ir atrás também.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Economic Hitman - Assassinos Econômicos

Para conhecer um pouco mais sobre política internacional. Para refletir sobre a situação do Irã e sobre o que (também) pode estar acontecendo por lá.




sexta-feira, 19 de junho de 2009

Palavras Caras

Outro dia estava folhando uma Caras e notei que a revista tem um vocabulário próprio, com palavras pouco usadas em outras revistas e até na linguagem falada.

Palavras como “clã”, “diva”, “boda”, “herdeiro” e “prole”, por exemplo, só aparecem na Caras. Por que será que eles usam esses termos?
Será que é para dar um verniz de profundidade e nobreza naquela feira de futilidades?

No lugar de "Clã dos Pereira festeja boda de seu herdeiro", porque não “Família Pereira festeja casamento de filho"?

Tenho saudade da Revista Bundas, que foi lançada com o belo slogan “Quem põe a bunda em Caras jamais terá a cara em Bundas”.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Recicle, Reuse, Reduza

Esse eu "copiei" do "Sob o céu de lisboa".

Um vídeo fantástico sobre reciclagem. Muito legal. Vejam até o final, quando aparece um "making of". Dura só 1min50s.



Clique no vídeo ou assista em:
http://www.youtube.com/watch?v=ZGqTzmMwuQM

Ou procure no you tube por:
"Dar e Receber Sociedade Ponto Verde"

Novidades no Agatetepê

Quem visita o blog frequentemente (Quem?) deve ter notado a lista de blogs que coloquei no blogroll aí do lado, abaixo do nome “Novidades do Blogomundo!”. O blogroll é uma das ferramentas do Blogger que mostra a última atualização nos blogs listados. Assim, se eu não postar nada de novo, sempre vai ter alguma novidade na barra ao lado para quem vier conferir o Agatetepê. Não é uma lista definitiva, eventualmente irei trocando os Blogs, mas é uma panorama variado e diverso de algumas coisas que me interessam. São alguns Blogs de “viagens” que contam o dia a dia na em algumas cidades da Europa (Lisboa, Berlim e Paris, para ser mais exato), um ou outro blog de política, alguns de humor, alguns de política e humor, e por aí vai.

Atualizei também a lista de links interessantes, com alguns sites legais e muito úteis, como o Trip Advisor, na minha opinião o melhor site de viagens que existe. O World Factbook da CIA é muito legal também, até para saber o que a CIA pensa, ou melhor, o que a CIA quer que a gente acredite que eles pensam, sobre qualquer país do mundo. Na verdade são inúmeras informações sobre cada país, ótimo para quem estuda a política, a economia e a história mundiais.
Junto com estes, coisas não muito úteis como os sicronismos do Pink Floyd e a história cronológica do Mötley Crüe também complementam a lista de links, só para dar um tom mais curioso nessa história.

Aproveitem, pois a internet é uma caixinha de surpresas...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sisters of Mercy - Porto Alegre, 3.6.2009

Noite fria de um dia frio, combinando com o clima da banda. O Opinião pela metade. Além da noite muito fria e dos ingressos relativamente caros ainda havia a concorrência de um jogo importante do colorado. O show estava legal, não foi muito extenso, em torno de 1h30min. Tocaram clássicos como “Lucretia My Reflection”, “Dominion # Mother Russia”, “First And last And Always”, “Marian”, “Vision Thing”. Faltaram só “More” e “Walk Away”.

É bom ver uma banda com um som peculiar, vigoroso, embora um pouco datado. Além do vocalista Andrew Eldritch e dos dois guitarristas Ben Christo e Chris Catalyst, um outro músico(?) pilotava os computadores fazendo o som da bateria (Docktor Avalanche), baixo e teclados. Parecia que tocava alguma coisa, mas tudo deveria estar pré gravado. As guitarras, alguns momentos pesadas, outros momentos mais melódicas tocadas com uma atitude rock, porradas na guitarra, mão para cima, pulos, etc. davam um belo visual e um bom som.
Eu até acho que um baixo de verdade seria melhor, mas teve gente que reclamou da falta de um baterista! Daí estavam querendo demais! O Sisters of Mercy nunca teve baterista. Sempre o Doktor Avalanche creditado nos discos foi a bateria eletrônica, que no show por sinal estava mais alta que os vocais.
O Andrew Eldritch fumou o show inteiro, mas conseguia cantar seus graves com competência entre um cigarro e outro. A fumaça, por sinal é um dos problemas do Opinião. Todo mundo fuma e a catinga de cigarro incorpora no corpo. Mas se o show fosse no Bourbon, como o vocalista ia fumar?
O público, pelo menos o da pista, respondia bem a banda, apesar da comunicação ausente entre banda e platéia.
Foi um show legal, divertido, valeu o ingresso.
Durante o show foi possível notar claramente a influencia do som do Sisters em diversas bandas que vieram depois como os Ministry, os Nine Inch Nails e outras mais pesadas como o White Zombie. O uso da bateria eletrônica e efeitos no rock e não no tecnopop -como Kraftwerk, New Order, Depeche Mode, Soft Cell - foi algo bem novo quando eles começaram na metade dos anos 80.

O Sisters of Mercy juntamente com o The Cure, o Echo and The Bunnymen, o The Cult e o Bauhaus (não confundir com o Bahuan do post abaixo – nesse caso a banda tem o nome em homenagem à escola) fizeram a trilha sonora “gótica” dos anos 80 representando bem um estilo marcante daquela época.

Uma coisa curiosa é que no Brasil dos anos 80, tanto essas bandas como os fãs eram chamados de Darks. E os fãs de Heavy Metal detestavam os Darks.
Hoje, não só uma boa parte da galera Metal gosta de bandas como o Sisters of Mercy como nota-se claramente a influência do som dessas bandas em novos gêneros do Metal como o Doom Metal, Gothic Metal e Metal Industrial.

terça-feira, 2 de junho de 2009

A Internet tem cada coisa!

Coisa muito comum ocorre quando vamos atrás de uma coisa na internet e encontramos outra completamente diferente do que procurávamos. E muitas vezes essas coisas não esperadas são muito mais legais do que aquilo que a gente buscava.

Pois num desses casos de procurar uma coisa e encontrar outra, achei o site de um artista gráfico espanhol que é muito legal. O interessante não são só as obras do artista, que são uma pop art influenciada por música e cultura pop, mas o grande lance é como ele montou o site.
É como se estivéssemos numa festa ou num vernissage e vamos “andando” pela exposição movendo com o mouse. Ao passar o mouse pelas pessoas, elas “interagem” com a gente. Clicando nas obras, elas ampliam, e também é possível ver as fichas das obras que ficam abaixo.
O site é fantástico, muito bem feito, bom de navegar, informativo, bem diferente que apenas um punhado de fotos como costumam ser os sites de artistas.

O link é:
http://www.marcostorres.com/