terça-feira, 29 de junho de 2010

A "desinvenção" do Brasil - O São João Gaudério

Vejam a notícia bizarra abaixo, copiada da Zero Hora de 28/06/2010:

"SEM PINHÃO E PIPOCA
O berço do tradicionalismo gaúcho fez uma festa junina bem diferente da caipira. Neste ano, o Colégio Júlio de Castilhos, na Capital, trocou o pinhão e a pipoca por um almoço reforçado à base de carreteiro de charque e feijão campeiro.

Pilchados, funcionários da escola tomaram chimarrão ao som de música gaudéria ao vivo. O casamento na roça foi trocado pela apresentação do repentista Vitor Hugo. Até o ex-aluno e criador do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Paixão Côrtes aproveitou para participar do festejo.

Tudo para reforçar o sentimento de amor às tradições nos alunos. A ideia dos professores e diretores do MTG é fortalecer a imagem do Julinho como local onde nasceu o movimento.
– Quem ama o tradicionalismo deve ter devoção a esse local onde tudo começou – diz o coordenador da 1ª região do MTG Cesar Comazzini.
(...)A partir de agora, as comemorações de São João serão feitas à moda regionalista.
– No princípio, os alunos resistiram, mas agora já estão gostando – afirma a diretora Leda Oliveira Gloeben.
JOANA MARINS

“A festa tem uma ideologia” - Paixão Côrtes, fundador do Movimento Tradicionalista Gaúcho

Confira a entrevista feita por ZH com o tradicionalista, no evento.
ZH – Qual a diferença entre a festa junina caipira e a gaúcha?
Paixão Côrtes – Na festa gaúcha, tudo tem uma mensagem, uma ideologia. Ensinamos aos jovens valores da família, da religião. Já a festa caipira faz uma comédia primitiva.
ZH – Como é essa comédia?
Paixão – Nos casamentos caipiras, a figura do juiz é ridicularizada, a do delegado e a da família também, com a jovem casando grávida, condenada.
ZH – Como passar a mensagem certa aos jovens?
Paixão – Dando orientação moral e religiosa, e não jocosa."


Parece que o MTG quer acabar com uma das coisas boas que o Getúlio Vargas fez, que foi a “invenção” do Brasil. O Getúlio criou, ou melhor, incentivou e ajudou a sedimentar a idéia de uma cultura brasileira. Uma música, uma culinária, um folclore brasileiros. Foi quem primeiro tentou fazer do Brasil uma nação com uma cultura um pouco mais homogênea.

Quando o MTG vem com essas idéias, negando a cultura brasileira e impondo uma cultura gaudéria, está indo pelo caminho errado.
Estão querendo “desinventar” o Brasil.

Se querem definir regras, padrões e seguir a tradição dentro do CTG, tudo bem.
Mas sair do CTG e impingir essa “tradição” em cima das festas juninas, é demais. E parece que isso está se espalhando para as outras escolas.
Daqui a pouco vão querer institucionalizar um Natal gaudério? Uma Páscoa gaudéria? Ou, pior, quem sabe até transformar uma das mais importantes tradições brasileiras e nos obrigar a festejar um Halloween gaudério?

terça-feira, 22 de junho de 2010

Dunga X Globo!

E agora, essa briga da Globo com o Dunga!
Pra quem não sabe, resumindo, o Dunga quis barrar a exclusividade da Globo nos batidores da Copa e a Globo baixou o sarrafo no Dunga.
O cara tenta moralizar a zona e a Globo quer que a Fifa dê uma punição por que o cara falou uns palavrões!
É muita hipocrisia.
Isso lembra aquela piada do "Bacanal família".
É assim: Era uma vez um bacanal, onde podia fazer tudo, ninguém era de ninguém, mas falar palavrão não podia. Falou palavrão, era obrigado a vestir a roupa e ir embora.

Achei essa figura do Dungobama por aí, muito engraçada:



Detalhes aqui, aqui, aqui, aqui e abaixo os videos da coletiva e da resposta da Globo.

A coletiva:


"levar a melhor informação":

sábado, 19 de junho de 2010

1º Festival de Heavy Metal

Essa vem do fundo do baú. Mexendo nas coisas antigas guardadas, achei um cartaz de um show que eu fui há (caramba!) quase de 26 anos atrás!
Ainda lembro, fui com meu amigo "James" lá no auditório Araújo Viana, muito antes daquela maldita cobertura. Um festival de Heavy Metal!
Coisas interessantes que se nota no cartaz:
- Os nomes das bandas, típicos do heavy nacional do meio dos 80. Todas cantavam em português, isso foi antes do Sepultura. A "mais famosa" era a Frutos da Crise, fazendo uma participação especial. A Frutos da Crise era uma das bandas que participou do disco Rock Garagem, e tocava no rádio (na velha e boa Ipanema FM) com frequência.
- O preço do ingresso: 1500 cruzeiros! Vejam o que era viver com inflação.
- O patrocinio da loja de discos "Disco Voador". A Disco Voador, era "a loja que só bota coisa boa na roda", conforme dizia a propaganda com locução da Katia Suman. A propósito, a trilha de fundo da propaganda era a ótima música Griffons Guard The Gold, da banda holandesa Picture.
- O dono da "Disco Voador" era o Ricardo Barão. Foi ele quem fez (produziu, organizou, juntou as bandas, promoveu, tudo) o disco Rock Garagem.
- Além disso, o Ricado Barão tinha um programa na Ipanema todas as noites às 23 horas. O programa era o "Central Rock". A Kátia fazia o horário das 20 às 23h e depois entrava o Barão.
- Sempre tocando uma variedade enorme de estilos de rock, inclusive com boas doses de Heavy Metal, o programa era uma verdadeira aula de rock. Se hoje eu ainda lembro o nome de uma meia dúzia de bandas, músicas e discos, muito disso se deve ao Ricardo Barão.

Bom, chega de viagem sentimental por hoje!



quinta-feira, 17 de junho de 2010

No clima da copa, publicidade argentina.

Continuando nesse clima de copa do mundo, vou mostrar umas propagandas argentinas com que tem o "mundial de futból" como tema.
Estive a pouco em Buenos Aires e essas propagandas passavam direto. E achei essas publicidades melhores que as daqui. Então abaixo estão, uma da Coca, outra da Claro e outra da cerveja Quilmes. Bom proveito!







quarta-feira, 16 de junho de 2010

Entrando no clima da copa do mundo

Este texto foi pescado no Blog do Sakamoto. O blog fala de coisas "feias e sujas" que infelizmente fazem parte da nossa sociedade. O link está permanente na barra ao lado.
Mas voltando ao texto, entrando no clima de copa do mundo, fala sobre a triste realidade do trabalho infantil e o sonho de ser jogador de futebol.

O sonho de Jonas era ser jogador de futebol

Cerqueiros perfuram o chão, plantando mourões e passando arame por quilômetros a fio sob o sol forte da Amazônia. O serviço é pesado: dependendo do relevo, a cabeça arde por dias até que se complete um quilômetro de cerca. O pequeno açude, turvo e sujo, serve para matar a sede, cozinhar e tomar banho. Um perigo, pois a pele fica impregnada com o veneno borrifado para tratar o pasto. Dessa forma, a terra vai se dividindo – não entre os cerqueiros, que continuarão sonhando com o dia em que plantarão para si, mas em grandes pastos para os bois. Dentre os trabalhadores, olhos claros e pele queimada, Jonas*, de 14 anos.

Analfabeto, me contou que morava em uma favela em Eldorado dos Carajás (PA) com a família adotiva e ia ao campo para ganhar dinheiro. Foi dado de presente pela mãe aos três anos de idade e trabalhava desde os 12 para poder comprar suas roupas, calçados, fortificantes e remédios – até então, já tinha pego uma dengue e cinco malárias. Com o que ganhava no serviço, também pagava sorvetes e lanches para ele e seus amigos. E só. Segundo Jonas, a adolescência não era tão divertida assim: “brincadeira lá é muito pouca.”

A lei é bem clara – nessa idade, permite ao jovem apenas a condição de aprendiz, em uma escola destinada a esse fim. O trabalho que Jonas realizava só seria permitido a partir de 18 anos e, ainda assim, sem as condições insalubres a que estavam expostos os cerqueiros.

Seu padrasto era um dos “gatos” da fazenda. Gato é como são chamados os contratadores de serviços, que arregimentam pessoas e fazem a ponte entre o empregador e os peões. Porém, isso não lhe garantiu nenhum tratamento especial: teve que descontar do salário a bota que usava para trabalhar. Perguntei para o padrasto se isso era justo. Ele, de pronto, me respondeu que não considerava a venda do calçado para o próprio filho errado e justificou: “como vou sustentar a minha mulher?”

O alojamento que Jonas dividia com os outros era feito de algumas toras fincadas no chão, um pouco de palha e uma lona cobrindo tudo. O sol transformava a casa improvisada em forno, encurtando, assim, a hora do almoço. Redes faziam o papel de camas, penduradas aqui e ali para embalar, entre um dia e outro de trabalho, os sonhos das pessoas. O de Jonas, como vários outros rapazes da sua idade, era ser jogador de futebol.

Presença garantida nos times dos mais velhos, participava de jogos e campeonatos quando eles aconteciam. Queria ser profissional, mas apesar de gostar dos times do Rio de Janeiro e de São Paulo, preferia ficar lá mesmo no Pará – quem sabe, algum dia, vestindo as camisas do Paysandu ou do Remo. Por nunca ter ganho na vida um presente de aniversário, não esperava nada naquele ano. Mas disse que pediria uma bola – se pudesse.

Centenas de crianças e jovens no Brasil abandonam a escola e trabalham desde cedo para ajudar as finanças em casa ou mesmo se sustentar. Muitas estão sujeitas a condições degradantes, como Jonas. Perdem dedos nas máquinas de apurar fibras de sisal, queimam braços e pernas nos fornos de carvoarias, catam latinhas de alumínio nos lixões das grandes cidades. Em casos extremos, são obrigados a trabalhar só por comida e impedidos de sair enquanto não terminarem o serviço.

Muitos deles, como Jonas, queriam ser jogadores de futebol. Talvez porque gostem do esporte como nós. Ou talvez porque vejam nele a possibilidade de se verem livres daquela vida, com a bola carregando-os para bem longe, longe o bastante para nunca mais voltar.

*Mudei o nome para garantir a integridade de Jonas.

Chega de preguiça, vamos voltar...

Bah, faz tempo que não escrevo nada por aqui.
A verdade é que não tenho tido saco de escrever nada.
É um problema, a falta de paciência....
São muitas horas trabalhando na frente do computador. Em casa não me animo nem a ligar...

E são muitas coisas que eu poderia comentar, mas as ideias vão passando e vão sumindo. Outras vão perdendo o timing. Depois vou fazer alguns comentários, mesmo que fora de época.
De qualquer forma, mesmo não escrevendo nada, eu uso o blog quase que diariamente para olhar as atualizações dos outros blogs, por aí na barra do lado está tudo o que acompanho. Toda hora adiciono um link novo.
Não era a minha idéia incial colocar textos copiados de outros blogs e outras fontes mas é uma das coisas que vou começar a fazer para aumentar as postagens do blog.
Também assim é uma forma de guardar (e compartilhar) textos que acho interessantes e que vão se perdendo pelo ciberspaço infinito.
Independente de copyrights vou colocando alguma coisa por aí.
E tem umas coisas novas também, mas vamos com calma.
Até.