domingo, 14 de março de 2010

O "politicamente correto" e a falcatrua.

Eu até gosto dessa história do "politicamente correto". Na maioria dos casos é uma forma muito mais adequada de se referir a grupos ou pessoas. As vezes pode ser exagero ou engraçado, como chamar um anão de "verticalmente desfavorecido", mas a forma do "politicamente correto" é uma forma de mostrar respeito pelo outro e disfarçar o preconceito que a nossa sociedade finge não existir.

Mas o ponto que eu quero comentar, nesta divagação barata, é quando se usa uma expressão de linguagem semelhante ao "politicamente correto" com a intenção clara de iludir, uma verdadeira falcatrua. Foi o que aconteceu quando inventaram de vender carros "seminovos". Antigamente o carro era novo ou era usado. Até o dia em que uma conhecida locadora inventou esse nome sem-vergonha para vender seus carros usados.
Outra verdadeira falcatrua é o "sabor idêntico ao natural" nos sucos, iogurtes e "alimentos" em geral. Ora bolas, ou é natural ou é artificial. Que palhaçada é essa de "sabor idêntico ao natural". Sim, é uma forma de enganar o cliente, ou, como dizia um amigo meu, "enrolar merda em papel de seda".
O meio empresarial, de auto ajuda e de RH também é fértil na criação dessas bobagens.
Inventaram de chamar problemas de "oportunidades", pontos fracos de "oportunidades de melhorias" e até o velho e bom(?) departamento de pessoal, o popular DP, virou "Talentos Humanos". Como disse já um consultor de negócios há tempos atrás, as empresas não precisam de só de talentos, precisam é de gente normal que trabalhe, e de preferência, ganhe pouco e não reclame!