Noite fria de um dia frio, combinando com o clima da banda. O Opinião pela metade. Além da noite muito fria e dos ingressos relativamente caros ainda havia a concorrência de um jogo importante do colorado. O show estava legal, não foi muito extenso, em torno de 1h30min. Tocaram clássicos como “Lucretia My Reflection”, “Dominion # Mother Russia”, “First And last And Always”, “Marian”, “Vision Thing”. Faltaram só “More” e “Walk Away”.
É bom ver uma banda com um som peculiar, vigoroso, embora um pouco datado. Além do vocalista Andrew Eldritch e dos dois guitarristas Ben Christo e Chris Catalyst, um outro músico(?) pilotava os computadores fazendo o som da bateria (Docktor Avalanche), baixo e teclados. Parecia que tocava alguma coisa, mas tudo deveria estar pré gravado. As guitarras, alguns momentos pesadas, outros momentos mais melódicas tocadas com uma atitude rock, porradas na guitarra, mão para cima, pulos, etc. davam um belo visual e um bom som.
Eu até acho que um baixo de verdade seria melhor, mas teve gente que reclamou da falta de um baterista! Daí estavam querendo demais! O Sisters of Mercy nunca teve baterista. Sempre o Doktor Avalanche creditado nos discos foi a bateria eletrônica, que no show por sinal estava mais alta que os vocais.
O Andrew Eldritch fumou o show inteiro, mas conseguia cantar seus graves com competência entre um cigarro e outro. A fumaça, por sinal é um dos problemas do Opinião. Todo mundo fuma e a catinga de cigarro incorpora no corpo. Mas se o show fosse no Bourbon, como o vocalista ia fumar?
O público, pelo menos o da pista, respondia bem a banda, apesar da comunicação ausente entre banda e platéia.
Foi um show legal, divertido, valeu o ingresso.
Durante o show foi possível notar claramente a influencia do som do Sisters em diversas bandas que vieram depois como os Ministry, os Nine Inch Nails e outras mais pesadas como o White Zombie. O uso da bateria eletrônica e efeitos no rock e não no tecnopop -como Kraftwerk, New Order, Depeche Mode, Soft Cell - foi algo bem novo quando eles começaram na metade dos anos 80.
O Sisters of Mercy juntamente com o The Cure, o Echo and The Bunnymen, o The Cult e o Bauhaus (não confundir com o Bahuan do post abaixo – nesse caso a banda tem o nome em homenagem à escola) fizeram a trilha sonora “gótica” dos anos 80 representando bem um estilo marcante daquela época.
Uma coisa curiosa é que no Brasil dos anos 80, tanto essas bandas como os fãs eram chamados de Darks. E os fãs de Heavy Metal detestavam os Darks.
Hoje, não só uma boa parte da galera Metal gosta de bandas como o Sisters of Mercy como nota-se claramente a influência do som dessas bandas em novos gêneros do Metal como o Doom Metal, Gothic Metal e Metal Industrial.
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